30.12.05

Escócia: escolas oferecem fruta aos alunos

A distribuição gratuita de fruta fresca nas escolas primárias da Escócia está a levar mais alunos a comer também vegetais ao almoço. A conclusão é de um estudo que acaba de ser apresentado no parlamento pelo ministro da Educação escocês, Peter Peacock, sobre os resultados do programa “Hungry for success” (“Fome de sucesso”), lançado em 2003 com o intuito de melhorar a qualidade da dieta alimentar das camadas mais novas da população escolar.
A medida do executivo escocês envolve um quarto das escolas primárias daquele país, tendo como população alvo os alunos de 5 e 6 anos de idade, ou seja, os dos primeiros dois anos de escolaridade. A estes, três vezes por semana, os serviços escolares distribuem gratuitamente uma peça de fruta e, agora, segundo a avaliação do governo, 60 por cento dos docentes e funcionários consideram que os alunos também estão a consumir mais vegetais ao almoço. Além disso, a esmagadora maioria (90 por cento) da população escolar considera que os alunos estão a melhorar os seus hábitos alimentares, na sequência das medidas implementadas pelo governo.
Interpretando estes resultados, o ministro da Educação, Peter Peacock, declarou que “os jovens estão a consumir refeições escolares mais saudáveis, fruta fresca e água, como parte da sua rotina diária”. “Ao introduzirmos estes hábitos saudáveis desde cedo, estamos a encorajá-los a seguirem um estilo de vida activo, saudável, que os vai beneficiar para o resto da vida”, acrescentou aquele responsável, citado pela BBC.
Para o ministro da Saúde, Andy Kerr, os resultados provam que o plano do governo funciona. “Embarcámos numa missão que é melhorar a saúde da nossa nação e a dieta das nossas crianças é uma questão central para isso. [O plano] funciona, mas é necessário prosseguir com o esforço e assegurar que toda a gente, em especial os pais, assumam a sua responsabilidade”, afirma aquele responsável, citado pelo diário britânico Guardian.
Fontes: BBC; Guardian

29.12.05

upgrade

desta informação aqui no FICHEIROS DISCRETOS, pelo DN de hoje - "Colocações: Fenprof e FNE rejeitam acordo".
Afinal, os sindicatos não concordam com a proposta do Ministério da Educação para considerar as colocações de professores válidas por um período de três anos.

UE: Portugal é oitavo em despesa pública com Educação

Portugal é um dos países que mais investe, em percentagem do PIB, na Educação. Numa tabela da despesa pública em Educação, com os 25 países membros da União Europeia (UE), Portugal fica colocado no 8.º lugar, com 5,8 por cento do PIB. O mesmo valor do PIB é investido em Educação pela França ou pela Letónia, países que surgem logo a seguir a Portugal.
A Dinamarca, que destina 8,5 por cento do PIB para as despesas públicas com Educação, lidera a tabela, logo liderada pela Suécia (7,7) e pelo Chipre (6,8). No lado oposto, quedam-se a Grécia, no último lugar, com quatro por cento do PIB gasto em Educação, que é o mesmo valor do Luxemburgo (que tem no entanto o maior PIB per capita da UE a 25).
Na Península Ibérica, verifica-se que o maior esforço financeiro em Educação é feito em Portugal, uma vez que em Espanha a despesa pública nesta área representa somente 4,4 por cento do PIB.
Estes dados constam do estudo “A Península Ibérica em Números”, no qual colaboraram os institutos nacionais de estatística de Portugal e de Espanha, e que inclui dados mais alargados sobre a situação dos dois países no âmbito da União Europeia alargada (ver quadro).

Portugal: maior abandono escolar e presença feminina
Segundo o mesmo estudo, divulgado há dois dias pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), apesar das melhorias registadas, o abandono escolar em 2004, na população portuguesa entre 18 e 24 anos, situou-se próximo dos 40 por cento. A este nível, a Espanha está ligeiramente melhor, registando um valor ligeiramente superior a 30%. A média comunitária de abandono escolar é de 18% entre os homens e de 13% nas mulheres, de acordo com dados do estudo citados no portal "Fábrica de Conteúdos"
Em 2003, a taxa de população feminina no ensino superior em Portugal foi, segundo o INE, de 67,2 por cento. No âmbito da UE, só a Estónia e a Letónia apresentaram taxas mais elevadas. Em Espanha, esse valor foi de 57,2 por cento.
Portugal prefere cursos de Educação
No que diz respeito aos cursos preferenciais do ensino superior, o estudo adianta que as Ciências da Educação (22%), Gestão e Administração (18%) e Saúde e Serviços Sociais (15%) foram as principais áreas de licenciatura em Portugal em 2003. Em Espanha, no mesmo ano, as preferências foram para áreas de Gestão e Administração (18%), Engenharia, Industria e Construção (17%).

Portugal regista quebra acentuada de alunos no Ensino Superior

O Ensino Superior em Portugal continua a perder alunos, sendo o sector privado o mais penalizado. Os dados constam do último boletim do Instituto Nacional de Estatística (INE), com a análise sócio-económica do território português à escala local e regional.
No total, a quebra do número de inscritos no ensino superior português é de 3,7 por cento em 2004. Em 2003, o valor nacional tinha sido de 1,4 por cento.
Fonte: INE
Por outras palavras, no ano lectivo 2004/2005 além de se ter mantido a curva descendente, acentuou-se em Portugal a quebra no número de alunos. O Algarve é a região que mais alunos perdeu e a Madeira a única onde houve um acréscimo de inscrições no ensino superior em 2004.
Sector privado o mais afectado
Segundo os dados do INE, a diminuição da procura afectou mais o sector privado, que a nível nacional registou uma redução de 7,6 por cento, contra um decréscimo de 2,2 por cento no ensino superior público.
Esta quebra no ensino privado, afirma o INE, “foi extensível a todas as regiões do Continente e Região Autónoma dos Açores”, sendo as excepções a Região Autónoma da Madeira, com mais seis por cento de inscritos, e também o Algarve, com mais sete por cento de alunos (ver quadro).

28.12.05

Como ler Ficheiros Discretos?

Porquê este blogue?
É um projecto académico (obrigatório), criado no âmbito da disciplina de Jornalismo, do 3.º ano da licenciatura em Comunicação Social da Universidade do Minho.
Para quê?
Para os autores, funciona como um laboratório de escrita jornalística e um espaço onde se promova uma leitura crítica do Jornalismo, enquanto actividade profissional e campo social. Para os leitores, pretende ser um espaço informativo dedicado à Educação.
Como ler?
O blogue recebe contribuições de diferentes autores, sendo os textos organizados em três secções.
Como se distinguem as secções?
Fácil: pelos formato e conteúdo dos títulos.
Como distingo a notícia?
Quando o texto publicado é uma peça jornalística (notícia, reportagem,...), o post é encimado pelo título (a preto) relativo à notícia.
Para que servem os textos intitulados upgrade?
Tratam de actualizar algo noticiado há poucas horas atrás (não é um 'follow-up' da notícia original, porque esse é feito em texto noticioso).
O que indica o título ctrl+alt+del?
No mundo dos computadores pessoais, ctrl+alt+del corresponde a uma função de emergência. Aqui também. Num PC, serve para fazer 'reboot' depois de uma anomalia, isto é, para reiniciar o sistema e promover a análise das suas funções. Aqui, é a mesma coisa. Sob este título - ctrl+alt+del (a letras laranja) -, serão aqui publicados textos de análise crítica ao jornalismo. Serão opiniões, que se querem minimamente sustentadas e que se debrucem sobre o campo jornalístico. E nem sempre serão as nossas.

ctrl+alt+del

Política, Jornalismo ou Exclusão:
reflexão sobre a pré-campanha

aaaaa
Todos os dias leio jornais. Todos os dias, invisto algumas horas a ler e a rever perto de uma dezena de títulos de imprensa. Entre os quais se contam órgãos nacionais, internacionais, regionais e locais.

Além disso, informo-me amiúde com a rádio e também faço os meus serões em frente à TV. Logo, gostaria de pensar em mim como alguém minimamente bem informado.

No entanto, não pude evitar o pasmo a propósito do número de pré-candidatos a sucessor de Jorge Sampaio na Presidência da República. Afinal, são 13 os pré-candidatos ao cargo, e não apenas os cinco que participaram na ronda de debates emitidos nos canais televisivos portugueses que emitem em sinal aberto (e que juntos "detêm" a fatia de leão das audiências televisivas).

Pasmei. Desculpem, importam-se de repetir? Há mais 8-candidatos-8 e eu não sabia? Mas quem são eles? O que querem? O que promete essa imensa maioria que vive na penumbra mediática criada pela "função editorial-comunicativa"? Não me disseram? Porquê?
Comportamentos
Sabe-se agora que alguns destes pré-candidatos não se levaram muito a sério e que na hora de formalizarem a sua candidatura junto do órgão respectivo - o Tribunal Constitucional - acabaram por desistir. Desde logo aqueles que, segundo conta hoje o jornal Público, pouco mais fizeram do que entregar a identificação. Com estes pré-candidatos, nem eles próprios, nem os media se interessaram. E, pelos vistos, ajuizadamente.
Outros, no entanto, empenharam-se minimamente em reunir as 7500 assinaturas necessárias. Mas nem isso evita que tenham igual destino aos pré-candidatos 'da tanga'. No momento em que escrevo, ainda não é conhecido o número final de candidatos admitidos, mas sabe-se que sete deles haviam sido notificados para corrigir anomalias, correndo risco de acabarem excluídos por incumprimento das normas formais, burocráticas, que uma candidatura presidencial implica.
Ora, ao contrário das primeiras, estas desistências de segunda ordem, a verificar-se, servirão para uma crítica dos media que, em geral, ignoraram estes cidadãos. Neste sentido, os media "construíram" uma pré-campanha, em torno dos protagonistas que escolheu. Dos quais nenhum teve dificuldade em cumprir os aspectos formais da sua candidatura a Presidente da República. E sendo assim, se houver excluídos, por incumprimentos formais, entre aqueles que os media, na generalidade, não nos deram a conhecer previamente, qual é a responsabilidade dos media?
Se, em 1498, Leonardo da Vinci tivesse pintado a sua "A Última Ceia" apenas com cinco, e não com 13 pessoas, à mesa, que figuras deixaria o pintor de fora? Tiraria só aos apóstolos ou Jesus também? Com que critérios escolheria Leonardo? A tal quadro 'amputado', não serviria melhor um título tipo "A Manipulação da Última Ceia" (manipulação no sentido em que foi mexido, alterado, com a mão)?
O quadro que resta parece evidente: um claro exemplo do modo como o jornalismo, pode (também ou sobretudo?) ser um exercício de exclusão. Pelo menos, no campo da política.
***
Fontes: Correio da Manhã; Portugal Diário; Imagem de "A Última Ceia" (1498), pintada por Leonardo da Vinci, surripiada daqui (e com a devida vénia ao trabalho excepcional que por lá se faz) e manipulada em Photoshop.
***
Para saber mais:
Comissão Nacional de Eleições (CNE) tem em mãos oito processos relativos a queixas por "tratamento jornalístico discriminatório". Todas foram apresentadas pelos candidatos ignorados durante a actual pré-campanha para as eleições presidenciais (ligação aos gráficos da CNE).

upgrade

desta notícia, sobre o alargamento do prazo de validade dos resultados do concurso de colocação de professores.
O jornal Público reproduz uma informação veiculada pela agência Lusa, segundo a qual, o ministério da Educação (ME) "propôs ontem aos sindicatos que o próximo concurso de professores, que começa em Fevereiro, tenha a validade de três anos".
O mesmo é revelado pela edição impressa do DN (disponível aqui), referindo que na negociação das alterações ao sistema de colocação de professores, o ME acabou por propor que os resultados do próximo concurso sejam válidos "até ao ano lectivo 2008/2009 e não 2009/2010, como queria inicialmente". Hoje, o Público acrescenta na versão online da edição impressa que o ME optou pelos três anos "por ser uma fase de transição relativamente às regras até agora em vigor".

27.12.05

Apenas um quarto dos patrões portugueses é licenciado

No ano passado, apenas um em cada quatro patrões portugueses era licenciado ou tinha completado o ensino secundário, o que representa metade da percentagem registada em Espanha.
Os números constam do documento "A Península Ibérica em números", publicado pelos institutos nacionais de estatística de Portugal e de Espanha e divulgado hoje no site do Público, que reproduz uma notícia da Lusa.
No documento adianta-se ainda que, no ano passado, Espanha tinha também o dobro de empregados licenciados ou com o ensino secundário completo em relação a Portugal, que se fica pelos 27 por cento. Na União Europeia, e de acordo com a mesma análise, a média é de 71 por cento no caso dos patrões e de 72 por cento no caso dos empregados.
Portugal melhorou escolarização
Pelo contrário, uma análise alargada à sociedade portuguesa da escolaridade, permite concluir que, apesar das distâncias que ainda separam Portugal dos seus parceiros europeus, a escolarização tem conhecido uma evolução positiva, conforme se constata no projecto de relatório conjunto do Conselho Europeu e da Comissão Europeia sobre a concretização do programa Educação e Formação para 2010. Este documento, divulgado este mês e a apresentar na sua versão definitiva em 2006, garante que o país tem registado progressos "sustentados" e "consideráveis" nos últimos anos em algumas das áreas assumidas como prioritárias na União Europeia (UE), referia também o Público na sua edição de ontem (ligação para subscritores).
Aumento de diplomados atinge metas com sete anos de antecedência
Um exemplo dos resultados positivos obtidos por Portugal é em relação ao aumento em 15 por cento do número de diplomados em Matemática, Ciência e Tecnologias. Segundo o citado relatório, este objectivo foi atingido sete anos antes.
Fontes: Público, aqui e aqui

Inglaterra propõe reformas no ensino de História

O ensino de História nas escolas secundárias inglesas deve ser reformado. A opinião é defendida pela Qualifications and Curriculum Authority (QCA), a autoridade responsável pela supervisão dos currículos, competências académicas, exames nacionais e qualificações em Inglaterra.
Num relatório publicado na semana passada, aquele organismo, que depende do ministério da Educação, conclui que o ensino de História para os alunos entre os 14 e os 19 anos apresenta diversas falhas, apontando que um dos problemas a corrigir é o "gradual estreitamento" em tópicos como as "ditaduras do século XX ou os Tudors". Além disso, o ensino ministrado nas aulas "não tem em conta uma perspectiva multicultural e étnica da história britânica", refere o relatório da QCA, para quem a História contemporânea ensinada aos alunos ingleses acima dos 14 anos, está muito "hitlerizada".
Coincidência ou não, a avaliação dos britânicos feita pelo ex-embaixador alemão em Londres, Thomas Matussek, citado pela BBC, vai no mesmo sentido. "Os britânicos continuam obcecados com o Nazismo e ignorantes sobre a Alemanha moderna", diria o diplomata, em Maio passado, antes de abandonar o cargo.
Três medidas para inverter o rumo
Quanto ao futuro, a QCA recomenda no seu relatório (versão integral disponível aqui) que seja alargado nas aulas daquela disciplina o âmbito dos temas a abordar no ensino secundário. Simultaneamente, a entidade defende uma intervenção nesta disciplina nos graus de ensino anteriores, onde, segundo o referido relatório, os alunos apresentam resultados insatisfatórios em algumas competências, como o exame histórico e interpretativo das fontes. Neste sentido, os membros do QCA, que são designados pelo responsável da Educação no governo, afirmam que esta reforma deve levar os alunos a "desenvolver uma visão global mais coerente do passado", tentando assegurar, ao mesmo tempo, que o conteúdo abordado nas aulas seja "relevante para o século XXI".
No rol de acções a desenvolver, a QCA inclui a elaboração de guiões para professores primários e alunos desenvolverem a compreensão cronológica, a publicação de uma bibliografia completa de obras que suportem o ensino da História numa perspectiva multi-étnica, com enfâse nos aspectos da cultura de raiz africana e a disseminação de material pedagógico e dos exemplos de boa prática no ensino de História.
O NÚMERO
relatórios foram produzidos pela autoridade responsável pela avaliação dos currículos académicos que suportam o ensino primário e secundário em Inglaterra.
Cada relatório diz respeito a uma área ou disciplina específicas, desde Economia a Cidadania, passando pelas Ciências, pela Matemática, pela Religião, pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação, pelas Línguas Estrangeiras, Desenho ou Música.

21.12.05

Ensino Básico perdeu 450 mil alunos nos últimos 20 anos


Nos últimos 20 anos, o ensino básico registou um decréscimo de cerca de 450 mil alunos em Portugal. Os dados são do Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo (GIASE), ligado ao Ministério da Educação, mas têm em conta apenas os dados relativos ao território do Continente e sendo os números de 2005 ainda considerados preliminares.
Entre 1985 e 1995, o ensino básico (que inclui os actuais três ciclos iniciais de escolaridade) perdeu 289 136 alunos. Nos últimos dez anos, a perda registada foi menos forte. No total, o número de inscritos no ensino básico em 2005 é de 1.085.449 alunos, quando em 1995 eram 1 256 056. Ou seja, hoje há menos 170 607 matriculados do 1.º ao 9.º ano de escolaridade do que há dez anos atrás. O que significa que foi entre 1985 e 1995 que o ritmo de queda do número de alunos entre o 1.º e o 9.º ano foi mais acentuado em Portugal.
Secundário com situação diferente
Menor foi a redução, no mesmo período, no ensino secundário. Os mesmos dados do GIASE indicam que este grau de ensino perdeu 109 468 alunos nos últimos dez anos, decaindo dos 456 212 inscritos em 1995 para os 346 751 matriculados em 2005. No entanto, ao contrário da situação ocorrida no ensino básico, comparativamente há hoje mais alunos no ensino secundário do que os registados há 20 anos atrás, quando estes eram apenas 212 352.
Somando os resultados do ensino básico e secundário, nos últimos dez anos, registou-se em Portugal um decréscimo total de 280 075 alunos naqueles dois graus de ensino.
O jornal Público, nesta notícia de hoje (acesso gratuito), apresenta contas ligeiramente diferentes e diz que são menos 290 mil alunos. A mesma peça, assinada por Isabel Leiria, acentua que em relação ao ensino secundário "registou-se uma quebra muito significativa de alunos", considerando a autora que "independentemente da diminuição da taxa de natalidade, havia manobra de crescimento se fossem melhorados os níveis de abandono escolar precoce".

upgrade

desta notícia de ontem do FICHEIROS DISCRETOS, pelas versões 'online' das edições impressas de hoje do Público (gratuito aqui via serviço última hora), do DN e do Correio da Manhã.

Basicamente são transcrições exactas da notícia da Lusa (que foi a nossa fonte inicial), embora algumas tendo desenvolvimentos que acrescentam ao nosso conhecimento a informação de que neste momento há sete requerimentos em apreciação pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, apresentados pela primeira vez entre os anos de 2000 e 2003.
Em 2001 foram observados três requerimentos, todos eles rejeitados. Os últimos dados do ministro são os do relatório de 2002 e será no final de Janeiro de 2006 que Mariano Gago vai receber o relatório final da avaliação das propostasde novos cursos de medicina em escolas privadas, seguindo-se a decisão em Fevereiro de 2006.

20.12.05

Governo ainda não criou Grupo Dinamizador do Processo de Bolonha


Mais de dois meses volvidos sobre o anúncio da criação do Grupo Dinamizador do Processo de Bolonha (que visa a harmonização do ensino superior no espaço europeu) e da nomeação de Pedro Lourtie como presidente (na foto), esta entidade continua formalmente a não existir. Tudo por causa do atraso na publicação do despacho de constituição daquele grupo que, segundo noticia hoje o jornal Público, continua por publicar.
O presidente nomeado, Pedro Lourtie, professor do Instituto Superior Técnico e ex-secretário de Estado do Ensino Superior, garante que, desde o anúncio à comunicação social da criação do grupo, feito a 14 de Outubro, nunca conseguiu encontrar-se com o governante.
Poucos dias após a sua indigitação para o cargo, Pedro Lourtie declarava ao Diário Económico acreditar que “em 2007/2008 a maioria das instituições portuguesas estará a seguir a pauta das novas regras europeias de ensino superior”. Mas o atraso na publicação do despacho que oficialmente cria o GDPB faz, de alguma forma, temer o cumprimento daquele prazo, já que a função desta entidade seria acompanhar universidades e politécnicos na aplicação das alterações previstas na Declaração de Bolonha, que Portugal assinou em conjunto com outros parceiros europeus.
Por essa razão, Pedro Lourtie já dirigiu uma carta a Mariano Gago, onde manifesta o seu descontentamento pela paralisação do processo e adverte para as consequências que a ausência de orientações estava a gerar, aludindo que nas instituições com as quais tem contactado já se vive um “claro mal-estar” por causa deste impasse. Pedro Lourtie garante nunca ter recebido uma resposta por parte do ministro a essa missiva e, segundo refere hoje o PÚBLICO, agora é o próprio Pedro Lourtie que diz não haver condições para presidir ao grupo, caso chegue a ser constituído.
"Parecia haver um grande entusiasmo da equipa para avançar com a regulamentação do Processo de Bolonha, mas o que se verifica é que continua tudo à espera. Só depois as instituições podem apresentar as propostas para a reformulação dos cursos." No caso das instituições privadas, por exemplo, as propostas deveriam ter sido apresentadas até 15 de Novembro, lembra Lourtie, em declarações àquele diário. Até agora, o ministro Mariano Gago, que hoje foi ouvido na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, ainda não se pronunciou sobre este caso.
Fontes: Diário Económico; Público (disponível somente para assinantes da edição online)

Ensino Superior: Ministro admite aprovar novos cursos privados de Medicina em 2006

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior admitiu hoje, no Parlamento, a possibilidade de autorizar a criação de novos cursos privados de medicina ainda durante a actual legislatura.
Ouvido sobre este tema na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, Mariano Gago não rejeitou a ideia de dar o seu aval à criação de novos cursos de medicina em escolas privadas, desde que as respectivas propostas tenham a qualidade necessária, sublinhou o governante, citado pela agência Lusa.
À primeira vista, estas declarações contrariam o próprio ministro, nomeadamente as afirmações feitas no início de Novembro passado, numa entrevista ao programa conjunto do jornal Público e da Rádio Renascença, “Diga Lá, Excelência”. Na altura, tal como o FICHEIROS DISCRETOS noticiou, Gago considerou que é mais viável optar pela abertura de novas vagas nos cursos já existentes, em vez de se caminhar imediatamente para a abertura de novas escolas, sustentando esta posição com o facto de, até àquela data, nenhuma das propostas de criação de novos cursos de medicina ter merecido um parecer favorável por parte do Grupo de Missão para a Saúde, nomeado pelo governo e presidido pelo antigo reitor da Universidade do Porto, Alberto Amaral, cuja incumbência é, enre outras, a de avaliar as propostas deste âmbito.
Mas hoje, pouco mais de um mês após essas declarações, Mariano Gago especificou de forma diferente a posição do governo nesta matéria. Questionado pelos jornalistas no final da audição parlamentar – que tinha em agenda outros assuntos, como a votação do texto final da nova Lei da Rádio –, o ministro admitiu a possibilidade de abertura durante esta legislatura de novos cursos privados de medicina e sublinhou que essa hipótese nunca foi posta de parte.
"Eu disse que não criava faculdades novas, mas que poderia criar novos cursos", afirmou, explicando que tal decisão está apenas dependente do relatório final da Comissão Científica Internacional, que deverá estar concluído dentro de 40 dias.
Decisão final só em Fevereiro de 2006
"No final de Janeiro do próximo ano haverá uma avaliação feita pela comissão internacional para as propostas de novos cursos de medicina. No mês seguinte tomarei as decisões que se revelarem adequadas", disse.
Fontes: Lusa; Parlamento; Ficheiros Discretos (Arquivo); Público (disponível somente para assinantes do Público online)

19.12.05

Ficheiros Discretos 2.0

Duas horas e meia depois, o template está renovado. E quanto a mim, bem melhor.
Além da mudança de fundo - em vez do aflitivo e vazio escuro passámos a ter o branco, campo aberto de todas as hipóteses -, foram já acrescentadas ligações (poucas) nas diferentes secções da coluna da direita, que passa a ser encimada pelo Guia Rápido, secção com ligações para textos que farão uma introdução rápida à leitura dos Ficheiros Discretos.
Mais mudanças para breve, com actualização das ligações para outros sítios e blogues. E sempre que houver necessidade.
Adenda em 20/12/2005, às 20h00: Foi também colocada a foto no cabeçalho de entrada. Tirada em Lisboa, junto ao rio Tejo, por Victor Ferreira, a 18/12/2005.

Discretíssimo

Nunca pensei levar tão a sério o nome deste blogue. Fui tão discreto que me tornei inexistente nestes meandros. Seria um problema de fundo? Não sei. Mas, pelo sim pelo não, vou começar precisamente pela cor de fundo do template.

18.12.05

Presidente do CNE defende mudanças nas colocações de professores

O novo presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Júlio Pedrosa, mostra-se favorável à introdução de concursos de professores plurianuais no ensino nacional. Numa entrevista hoje publicada no Jornal de Notícias, Pedrosa lamenta a falta de discussão de matérias importantes relativas ao Ensino Superior e aponta alguns dos caminhos que a sua liderança pretende seguir na Conselho.

Júlio Pedrosa mostrou-se “plenamente” de acordo com a introdução dos concursos de professores plurianuais, sustentando que esta “é uma daquelas metas em que é mesmo necessário haver consenso”. Pedrosa pergunta “como é que uma escola pode ter um projecto educativo plurianual se 50% a 60% dos responsáveis pela sua aplicação mudam todos os anos?”, e lança de imediato a solução: “O que é preciso é ter o tempo suficiente para discutir e avaliar bem qual o melhor modelo a adoptar em função dos alunos e das escolas”. Até porque, para o presidente do CNE, “o sistema actual está esgotado e vai ser necessário proceder a mudanças”.

Manifestando-se adepto de “experiências” ao nível da educação, Pedrosa gostava de ver explorada possibilidade de serem as escolas a escolher o seu próprio corpo docente. “Gostava de ver algumas experiências feitas em escolas, dotadas de autonomia e um orçamento para executar e com alguma intervenção na escolha dos seus docentes”, afirmou ao JN.

Em matéria de ensino superior, Júlio Pedrosa acredita que “há problemas nas instituições que não têm estado na agenda”, manifestando a sua preocupação pelo facto de “não haver essa discussão”. E aponta problemas mais prementes como “o nível de abandono e reprovações”, ou a “implementação do processo de Bolonha”, que “vai ter exigências de organização dos currículos e das estratégias de ensino-aprendizagem muito distintas das usadas no passado”.

Júlio Pedrosa também se manifestou contra a introdução de um 13.º ano no ensino secundário. Segundo o presidente do CNE, a partir do momento em que um aluno entra no ensino superior “passa a ser da responsabilidade da instituição que o acolhe” resolver os seus défices de formação, ajustando “os seus processos de ensino-aprendizagem e acompanhar os alunos”.

Ainda no que toca ao Superior, Pedrosa lembrou que em 30 anos o número de alunos nas universidade portuguesas cresceu “de sete mil para 380 mil”, mas que “a ideia do que é o ensino superior” não mudou, pelo que Portugal continua “a usar modelos, processos e estratégias claramente desajustados dos alunos” que agora frequentam o ensino universitário.

A nova direcção do CNE pretende implementar um “eixo de acção voltado para a educação e as autarquias” bem como “identificar os eixos de convergência sobre questões de educação” na sociedade portuguesa, “através de um debate nacional”. A terceira aposta do Conselho Nacional de Educação centrar-se-á no “modo como a nossa escola pode lidar melhor com a diversidade dos alunos que a procuram”.

Entrevista na íntegra
aqui.

16.12.05

Exame de Português continua obrigatório

O Ministério da Educação decidiu manter a obrigatoriedade do exame nacional de Português do 12º ano, dá conta hoje a agência Lusa. Esta decisão ministerial surge na sequência de um parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), que recomenda à tutela que mantenha o exame em todos os cursos gerais.
O ME deixou cair a proposta, anunciada na última semana, de terminar com o exame nacional de Português no 12º ano em todos os cursos gerais, excepto no de Línguas e Literaturas. Assim, os alunos do 12º, seja qual for a sua área, terão de fazer exame nacional de Português, assim como a outras três disciplinas nucleares.
O parecer que está na base desta decisão, que ontem foi divulgado, rejeita a possibilidade de o exame de Português deixar de ser obrigatório. Porém, o Ministério decidiu não aceitar a recomendação do CNE no que respeita ao momento em que as novas regras relativas aos exames nacionais devem passar à prática. Deste modo, as alterações propostas pelo governo entram em vigor já este ano lectivo, para os alunos que frequentam o 11ºano, contrariando a proposta do CNE, que defendia que as novas regras deviam apenas afectar os alunos que actualmente frequentam o 10º ano.
Quanto às restantes medidas incluídas na proposta governamental de reformulação das regras dos exames nacionais, os conselheiros aprovaram-nas, na sua maioria. O facto de os alunos dos cursos tecnológicos e artísticos deixarem de ser obrigados a fazer exames no final do secundário é uma das medidas destacadas pelo CNE como positivas.
Outras Fontes:

8.12.05

Governo quer apenas três exames nacionais

O Ministério da Educação apresentou um ante-projecto de reformulação do actual quadro dos exames nacionais do ensino secundário. A principal medida proposta pela tutela passa pela redução do número de exames nacionais, dos actuais cinco, para apenas três. Assim, as provas de Português e Filosofia deixarão de ser obrigatórias.
Segundo o jornal
Público, citado pela agência Lusa, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, admite que estas mudanças entrem em vigor já no presente ano lectivo, mas apenas para os alunos actualmente no 11º ano. Esses alunos verão o exame de Filosofia, actualmente obrigatório, por uma “prova de escola”. Quanto à prova de Português, actualmente obrigatória no 12º amo de todos os cursos científico-humanísticos, passaria a existir apenas para os cursos de Línguas e Literaturas.
O projecto agora apresentado pela Ministério da Educação propõem que, no caso dos cursos tecnológicos e artísticos especializados, os alunos só se submeterão aos exames no caso de pretenderem candidatar-se ao ensino superior. Na prática, o que o governo propõe é que a conclusão do secundário e o acesso ao ensino superior sejam dois momentos diferentes.
A actual proposta governamental espera pelo parecer da Comissão Nacional de Educação, que reúne no dia 15 de Dezembro, para proceder à redacção definitiva da lei.

Sindicatos lançam alertas

Algumas reacções à proposta do Ministério da Educação são já conhecidas. A Associação de Professores de Português (APP) concorda com a medida e não considera problemático que deixe de ser obrigatória a prova de Português. "Para concluir o secundário não me parece que seja fundamental fazer exames a todas as disciplinas", disse à agência Lusa, Paulo Feytor Pinto, presidente da associação. Segundo o mesmo responsável terá, no entanto, de ser salvaguardado que o Português continue a ser ministrado em todos os cursos do ensino secundário.
Divergente é a posição da Federação Nacional dos Professores. A Fenprof afirma que esta é uma medida “errada", porque não vai simplificar o acesso ao ensino superior. Outro dos sindicatos de professores, a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), admitindo a sobrecarga de provas no 12º ano, alerta para a necessidade de preservar “o trabalho do aluno ao longo do ano lectivo".
Outras Fontes: