19.11.05

Professores nas ruas contra medidas do governo

Milhares de professores desfilaram ontem nas ruas de Lisboa, como forma de protesto contra as medidas tomadas pelo Governo para a Educação. As aulas de substituição e o aumento da idade da reforma dos docentes foram os principais motivos de críticas ao Ministério liderado por Maria de Lurdes Rodrigues.

Os gritos de protesto acompanharam uma marcha que ligou o Parque Eduardo VII e o Ministério da Educação, ao qual se juntaram, segundo os sindicatos que convocaram a greve, 10 mil professores – pelas contas da PSP lisboeta foram apenas 7 mil.

Paralelamente a este protesto na capital, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e o Sindicato Nacional e Democrático de Professores (Sindep), convocaram uma greve nacional que atingiu grande parte das escolas do país. O protesto chegou a ter o apoio da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), mas a estrutura demarcou-se da greve, depois de ter chegado a um entendimento com o governo.

António Avelãs, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), classificou a manifestação realizada nas ruas de Lisboa como "gigantesca". “A maior dos últimos 15 anos”, anunciam os sindicatos.
Como é habitual nestas situações, os números da participação dos professores divergem. Os sindicatos falam em 75 a 80% de grevistas, e em várias escolas dos 2º e 3º ciclos fechadas, apontando a Zona Norte como aquela em que a adesão ao protesto terá sido maior. Para o Ministério da Educação foram menos de 50% os docentes a faltarem ao trabalho como forma de protesto.

A greve a manifestação de ontem são o segundo momento de confrontação com os docentes que a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, enfrenta desde que tomou posse, há nove meses, depois dos quatro dias de greves regionais que coincidiram com a realização de exames nacionais.
Fontes:

Falsos dimplomados leccionam nas universidades portuguesas

A Fundação Fullbright alerta que existem diversos professores universitários em Portugal com diplomas académicos falsos. Esta instituição, que financia a formação de cerca de oito centenas de estudantes portugueses nos Estados Unidos da América, alerta para o facto na edição de quarta-feira do JN.
Segundo o director executivo da Fundação Fullbright, Paulo Zagalo Melo, estes diplomas são comprados a empresas norte-americanas através da Internet – por exemplo aqui, onde é possível comprar um diploma por cerca de 250 euros. Estas instituições “utilizam designações muito semelhantes às de instituições dignas de crédito”, o que leva a que muitas universidades nacionais tenham aceite de boa fé esses falsos diplomados.
Zagalo e Melo chega mesmo ao ponto de afirmar que há professores a leccionar em instituições de Ensino Superior portuguesas “que nem a licenciatura têm".
O director da Fundação Fullbright tem vindo a participar em sessões de esclarecimento dirigidas às instituições de Ensino Superior nacionais, alertando os seus responsáveis para a necessidade da uniformização dos documentos comprovativos das habilitações académicas, lembrando também que a própria Fundação pode ajudar as universidades a comprovar a validade dos diplomas provenientes dos EUA.
Ainda segundo o JN, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior preferiu não comentar a situação, alertando porém para a necessidade de serem feitas denúncias de casos deste género, para que a tutela possa agir em conformidade.