20.12.05

Ensino Superior: Ministro admite aprovar novos cursos privados de Medicina em 2006

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior admitiu hoje, no Parlamento, a possibilidade de autorizar a criação de novos cursos privados de medicina ainda durante a actual legislatura.
Ouvido sobre este tema na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, Mariano Gago não rejeitou a ideia de dar o seu aval à criação de novos cursos de medicina em escolas privadas, desde que as respectivas propostas tenham a qualidade necessária, sublinhou o governante, citado pela agência Lusa.
À primeira vista, estas declarações contrariam o próprio ministro, nomeadamente as afirmações feitas no início de Novembro passado, numa entrevista ao programa conjunto do jornal Público e da Rádio Renascença, “Diga Lá, Excelência”. Na altura, tal como o FICHEIROS DISCRETOS noticiou, Gago considerou que é mais viável optar pela abertura de novas vagas nos cursos já existentes, em vez de se caminhar imediatamente para a abertura de novas escolas, sustentando esta posição com o facto de, até àquela data, nenhuma das propostas de criação de novos cursos de medicina ter merecido um parecer favorável por parte do Grupo de Missão para a Saúde, nomeado pelo governo e presidido pelo antigo reitor da Universidade do Porto, Alberto Amaral, cuja incumbência é, enre outras, a de avaliar as propostas deste âmbito.
Mas hoje, pouco mais de um mês após essas declarações, Mariano Gago especificou de forma diferente a posição do governo nesta matéria. Questionado pelos jornalistas no final da audição parlamentar – que tinha em agenda outros assuntos, como a votação do texto final da nova Lei da Rádio –, o ministro admitiu a possibilidade de abertura durante esta legislatura de novos cursos privados de medicina e sublinhou que essa hipótese nunca foi posta de parte.
"Eu disse que não criava faculdades novas, mas que poderia criar novos cursos", afirmou, explicando que tal decisão está apenas dependente do relatório final da Comissão Científica Internacional, que deverá estar concluído dentro de 40 dias.
Decisão final só em Fevereiro de 2006
"No final de Janeiro do próximo ano haverá uma avaliação feita pela comissão internacional para as propostas de novos cursos de medicina. No mês seguinte tomarei as decisões que se revelarem adequadas", disse.
Fontes: Lusa; Parlamento; Ficheiros Discretos (Arquivo); Público (disponível somente para assinantes do Público online)