Universitários ingleses pagam cada vez mais pelo "canudo"
Actualmente, o orçamento familiar gasta, em média, 10.273 libras, (pouco mais de 14.700 euros) com a universidade. Em 1998-1999, esta despesa era, em média, 6.161 libras, (pouco mais de 8800 euros).
Mais acção social e mais propinas
A verdade é que 25 por cento dos estudantes da amostra dizem ter ponderado a hipótese de abandonar a universidade devido ao esforço com o endividamento. Mas o ministro inglês prefere sublinhar que “os licenciados continuam a usufruir de um retorno substancial, quer social quer financeiro, com o diploma”, de resto em sintonia com 80 por cento dos alunos inquiridos, que pensam o mesmo em relação às vantages do ‘‘canudo’’.
Em Inglaterra, o controlo da contabilidade (receitas e despesas) dos universitários é feito regularmente. Os dados são compilados pelo Centro Nacional para a Pesquisa Social e pelo Observatório do Emprego, responsáveis pelo “Student Income and Expenditure Survey”. A amostra deste estudo é composta por mais de 3.700 estudantes, de 88 universidades de Inglaterra e do País de Gales. O último relatório foi divulgado pelo Departamento para a Educação e Qualificação no Outono de 2005.
Especialistas pedem moderação nas propinas
Coincidência ou não, o "Higher Education Policy Institute" lançou esta semana um aviso dirigido às universidades inglesas. Para os responsáveis daquele "think tank", fundado em 2002 e sediado em Londres, as escolas devem moderar o preço das propinas sob pena de afastar o interesse dos estudantes estrangeiros.
“Uma forte mudança no número de estudantes internacionais obrigaria a acções imediatas nas instituições mais expostas para estancar a perda de receitas”, refere o instituto, que se dedica a acompanhar a situação do Ensino Superior e a reflectir sobre as políticas para este sector.
Num relatório apresentado esta semana, o instituto confirma igualmente que as instituições inglesas cobram valores mais elevados aos estudantes estrangeiros, nomeadamente aos extra-comunitários, do que aos estudantes nacionais ou da União Europeia.
As universidades inglesas é que não parecem preocupadas com este cenário, tendo em conta as declarações de uma fonte próxima da direcção da entidade que é interlocutor e representante das universidades inglesas, a Universities UK. A referida fonte, citada na BBC News, frisa que as direcções escolares "estão cientes de que o recrutamento de estudantes estrangeiros é uma área complicada e volátil".
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